Patrocinador
principal
Patrocinador
principal
Quem somos
Onde estamos
O que fazemos
Imagem e vídeo
Os percursos que oferecemos
Informações
Onde estamos
Situada no centro de Portugal, a vila de Mira de Aire, pertence ao concelho de Porto de Mós. Tem cerca de com 16,77 km² de área e aproximadamente 3 775 habitantes (2011). Localiza-se a cerca de 10 km da auto estrada A1 (nó de Torres Novas), o que a torna extremamente acessível. Posiciona-se num ponto intermédio relativamente às áreas metropolitanas de Lisboa (a cerca de 1h30m) e do Porto (a cerca de 2h30m). É também de destacar a sua proximidade à sede de concelho, Porto de Mós (0h20m), à capital de distrito, a cidade de Leiria (00h40m), a cidades como Coimbra (1h30m), Tomar (1h00m), Fátima (00h20m) ou Santarém (0h40m) e ainda à costa ocidental. A vila está inserida na sub-região Pinhal Litoral - NUT III, da Região Centro e parcialmente integrada no Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros (PNSAC). É nesta vila que se localiza uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, as Grutas de Mira de Aire (Moinhos Velhos).
Breve historial
Mira de Aire estende-se preguiçosamente na última vertente do Planalto de São Mamede e tem a nascente, a serra que lhe deu o nome – Serra de Aire. A seus pés, no verão, a inebriante Mata, que nos invernos e primaveras mais chuvosas enche de água o polje de Mira-Minde, classificado como sítio Rhamsar. Um local que no período de chuvas aglomera a abundante quantidade de águas subterrâneas que emergem do solo, das grutas e algares, tão caraterísticos da região.
De frente observa-a a imponente encosta (300 metros) do Planalto de Santo António, encimado pelas Ventas do Diabo, duas cavidades que recebem esta designação por se situarem numa saliência da escarpa de falha, parecendo narinas e depois o Mindinho. O solo é, essencialmente, calcário e singularmente pedregoso, os seus terrenos são pobres e a irrigação quase impraticável, dada a alta permeabilidade do solo.
Tamanha pobreza de recursos agrícolas forçaram a sua gente a romper pelo caminho que haveria de levá-los à prosperidade: o aparecimento de significativo número de indústrias, predominantemente têxteis. O desenvolvimento das manufaturas das mantas levou os vendedores a alargar o seu campo de ação para além das vizinhanças e estenderem o seu comércio a todas as regiões do país e do mundo.
Unidos pela camaradagem, vendedores e cardadores, para manter o segredo no seu negócio e nas suas conversas criaram uma linguagem secreta a que chamaram LAMURIA ou CALÃO - “Uma piação dos charais da Terrugem que os outros covanos não jordavam…”. Este calão, alvo de grande polémica regional, surge como uma variante pouco desenvolvida do calão minderico (da vizinha localidade de Minde) numa tentativa dos mirenses vencerem os seus vizinhos mindericos nos negócios, há época, efetuados. Nesta matéria da linguagem, os Charales do Ninhou (mindericos) nunca se entenderam, até aos dias de hoje com, os Charais da Cidade de Santo Estevão (mirenses).
Mira de Aire pertenceu à freguesia de Minde até 1708 data que se separou administrativamente desta localidade. Em 10 de abril de 1933 foi elevada a vila pelo decreto n.º 22 432. Mira de Aire aparece por vezes nomeada com a grafia Mira d'Aire, designação preferida pela maioria dos mirenses. Os linguistas clássicos portugueses como Rebelo Gonçalves, no seu Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (Coimbra, 1947) escrevem Mira de Aire. Rebelo Gonçalves dá este caso como uma combinação vocabular que apresenta a preposição de com e elidido e não pede apóstrofo. José Pedro Machado, outro linguista reputado, prefere também Mira de Aire, mas é possível encontrar Mira d'Aire nas suas obras.
Adaptado de: Wikipédia, Câmara Municipal de Porto de Mós e Sociedade Portuguesa de Espeleologia
Enquadramento geomorfológico
Fontes: DTM Terrain Model 30m Map-Service by ESRI-PT e World Imagery Map-Service by ESRI
A vila de Mira de Aire fica localizada no coração do Maciço Calcário Estremenho (MCE). Este foi definido enquanto unidade geomorfológica elevada acima da Bacia do Tejo, da Plataforma Litoral e da Bacia de Ourém, por A. Fernando Martins na sua tese de Doutoramento (Martins, 1949). Esta constitui, ainda, um trabalho de referência atual sobre a geomorfologia deste maciço. O MCE corresponde a uma unidade morfoestrutural que se individualiza pelas suas peculiaridades de âmbito litoestratigráfico e tectónico. Peculiaridade litoestratigráfica porque nele se regista a maior extensão de afloramentos em rochas calcárias do Jurássico Médio no território nacional. Tal é resultado de se encontrar sobrelevado relativamente às regiões limítrofes, donde a singularidade tectónica. Em termos mais específicos, a morfologia do MCE está condicionada pela natureza calcária das rochas que o compõem, que acentuam a imponência das escarpas e condicionam o desenvolvimento de uma morfologia cársica bem característica. No entanto, a arquitetura do maciço é resultado, fundamentalmente, dos movimentos tectónicos, nomeadamente, das falhas que o afetam (Rodrigues, 1998).
O maciço encontra-se dividido em quatro regiões elevadas (Martins, 1949): a serra dos Candeeiros, o planalto de Santo António, o planalto de São Mamede e a serra de Aire. A separá-las encontram-se os dois grandes sulcos tectónicos de Rio Maior-Porto de Mós e de Porto de Mós-Moitas Vendas, ao longo dos quais se formaram as depressões (poljes) da Mendiga, no primeiro, e de Alvados e de Minde, no segundo. Distingue-se ainda um alinhamento diapírico alongado entre Rio Maior e Batalha. Dada a natureza carbonatada do maciço, a rede de drenagem superficial é praticamente inexistente, sendo quase exclusivamente subterrânea. A morfologia cársica caracteriza de modo marcante este maciço. A espessa sequência de calcários com elevado grau de pureza do Jurássico Médio permitiu o desenvolvimento de diversos fenómenos de carsificação dando origem a uma pluralidade de estruturas que não têm paralelo no país. As formas de exocarso mais frequentes e notórias no MCE são as depressões fechadas de tipo dolina ou uvala, os poljes (dos quais o polje de Minde apresenta um conjunto de características endocársicas e exocársicas de tal modo completo que se pode considerar um exemplo de manual da definição de “polje”), os vales secos e os extensos campos de lapiás (Santos, 2007). Existem, ainda, formas que testemunham paleorelevos resultantes de períodos de erosão normal no MCE, como sejam os Vales Suspensos da Serra dos Candeeiros (Martins, 1949).
Fonte: de Referência, Caracterização da Situação. "Maciço Calcário Estremenho." LNEG